Todas as terças e quintas nós dividimos a sala (as aulas, as conversas paralelas, as risadas, e tudo mais...) com o 1º ano de Educação Artística. Eu, particularmente, consigo definir dois momentos engraçados desse convívio entre artistas cênicos e artistas plásticos... o primeiro foi o início das aulas... eu ficava observando a cara de cada um com a nossa chegada (pouco discreta, eu diria!), e existiam dois tipos bem destacáveis.. os "amedrontados" e os "anf"... de um lado a turma do Teatro falando... falando... falando... falando.. rs.. e.. do outro, o pessoal da Educação Artística.. mudos e estáticos (e, bem possivelmente, pensando: gente doida, gente doida!). Mas..... o tempo passa... o tempo voa... e nada fica como está! E é aí que começa o segundo momento engraçado que observei: "a má influência"!rs Modo de dizer, é claro, pois nem foi tão má assim... e nem tão influenciáveis são o pessoal da Educa... mas de uns tempos para cá a sala toda vem ganhando mais vozes! Sim sim.. vozes dos artistas cênicos misturadas as vozes dos artistas plásticos... e se assim continuar... logo mais terei de mudar o título desse post .... de "Teatro X Educação Artística" para "Teatro + Educação Artística"....
E se querem saber, acho até bom... porque somos sim duas turmas bem distintas... mas no fundo (talvez bem lá no fundo!), todo mundo se encontra em um mesmo lugar (além da sala de aula e dos corredores da Barão)... nas artes.. sejam elas plásticas ou cênicas... seja a arte quieta ou falante.. estática ou gesticulosa...
...afinal...
"De ator, médico e louco... todo mundo tem um pouco!"
Evohé!
2 comentários:
ju vc escreve muito bem cara... algo tao silples, e vc transforma num texto poetico...parabens!!! e eh isso ai, to observando essa mudança na sala tbm... muito legal!!!
Infelizmente às vezes esquecemos a ideia de universidade e destinamos nosso pensamento na fragmentação didática que é o ensino hoje. Se da palavra universidade concentrarmos somente em "universo" e pararmos pra pensar no que isso quer dizer pra nós mesmos, vamos nos deparar com definições das mais peculiares possíveis, mas que pelo menos tange o significado de: Imensidão, globo, unificação, infinito e etc.
Mas o que realmente acontece de fato numa universidade? Unificação?
Não posso generalizar e nem banalizar subestimando todas as demais, mas posso (talvez equivocadamente) pensar que uma minoria consegue de fato fazer da universidade uma universidade.
Acho interessantíssimo que existem aulas em comum com as artes cênicas e plásticas, e gosto mais ainda de saber que alguma interação começa a surgir, mas o que me entristece é ver que foi necessário juntar os estudantes de artes tão próximas numa mesma sala para isso ocorrer.
Digo isso por mim também, que apesar de refletir e questionar tudo isso, não subir sequer um degrau para conhecer os trabalhos daqueles que se expressam habilmente com as manufaturas.
E o sistema didático de separar a coisas para facilitar o entendimento esta tão inerente em nós que a interação começa a se restringir somente às salas que fazemos parte e se afunilarmos mais, vamos perceber que destinamos parte do “nosso universo” aos colegas que sentam ao nosso lado e compartilham da mesma ideia. Cômodo, não?
Não digo que temos que forçar conversas e não selecionar nosso grupo de amigos, mas penso que um olhar atento e aberto pode fazer um pequeno grupo crescer e daí surgir grandes resultados, no que se diz respeito às relações e aos trabalhos profissionais.
Gostei de ler o que foi postado, pois despretensiosamente passei uma tarde pensando no que construímos na faculdade e no que vamos levar após a formatura e consequentemente me angustiei com a possibilidade de ter perdido a oportunidade de somar.
Portanto, vamos somar!
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