domingo, 24 de outubro de 2010

Eles Não Usam Black-Tie



Iniciamos há algumas semanas, a montagem da peça "Eles não usam Black - Tie", de Gianfrancesco Garnieri. Achei interessante, então, colocar aqui algumas informações sobre a peça, o autor, o movimento social em questão e sobre o Teatro de Arena... a nível de curiosidade e também de estudo, para aprofundamento do texto.
Segue:

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Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri

Primeira peça de Gianfrancesco Guarnieri, Eles não usam black-tie, de 1958, foi encenada pela primeira vez quando o movimento Cinema Novo começava a surgir e a convocar a arte ao neo-realismo. No lugar de cenários pomposos e figurinos luxuosos, ficaram apenas os elementos de cena indispensáveis. Ao invés de personagens ricos e nobres, operários e moradores do morro tomaram o palco. Ali, em plenos anos 50, negros eram cidadãos comuns. Pela primeira vez, os conflitos da realidade brasileira ganhavam espaço na caixa cênica.

Eles não usam black-tie situa-se numa favela, nos anos 50, e tem como tema a greve, e ao lado da greve a peça tem como pano de fundo um debate sobre as grandes verdades eternas, reflexões universais sobre a frágil condição humana, sobre os homens e seus conflitos. É a história de um choque entre pai e filho com posições ideológicas e morais completamente opostas e divergentes, o que, por sinal, dá a tônica dramática ao texto.

O pai, Otávio, é operário de carreira, um sonhador, um idealista, leitor de autores socialistas e, ao mesmo tempo um revolucionário por convicção e consciente de suas lutas. Forte e corajoso entre os seus companheiros, experimentou várias lideranças, algumas prisões, com isso ganha destaque entre os seus transformando-se num dos cabeças do movimento grevista.

O filho, Tião, em razão das prisões do pai grevista, é criado praticamente, na cidade, longe do morro, com os padrinhos, sem conviver com esse mundo de luta e reivindicação da classe operária. Hoje adulto e morando no morro com os pais, vive um dos maiores conflitos de sua vida. Em primeiro lugar não quer aderir à greve, pois acha que essa é uma luta inglória, sem maiores resultados para a classe. Em segundo lugar pretende se casar com Maria, moça simples, porém determinada e leal ao seu povo, e está esperando um filho seu. Desta forma, Tião está mais preocupado com o seu futuro do que com a luta de seus companheiros, que sonham com melhores salários. Para Tião, greve é algo utópico. Ele não tem tempo para esperar, precisa resolver seus problemas de imediato, ou seja, se casar.

É preciso esclarecer que Tiäo, ao contrário de seu amigo Jesuíno, malandro, fraco e oportunista, é um jovem corajoso, mesmo porque fura a greve sem medo dos companheiros, achando que está agindo corretamente. Por essa atitude, acaba perdendo a amizade de todos de seu grupo, restando apenas um colega da fábrica e João, irmão de Maria, um homem ponderado e maduro capaz de compreender a situação conflitante vivida pelo amigo Tião e ainda apoiar sua irmã neste momento difícil.

Na realidade, Tião não tem medo do confronto com o inimigo. O seu medo é outro, é o grande medo de toda a sociedade, o medo de ser pobre, por isso quer subir na vida e deixar para trás a condição difícil e miserável do morro, que, por sinal, é desafiada cotidianamente pela coragem e bravura de Romana, sua mãe, mulher de pulso e determinação e responsável pelo equilíbrio da casa e da família.

Eles não usam black-tie é um texto político e social, sempre atual no qual Gianfracesco Guarnieri criou de um lado, personagens marcantes e populares como Terezinha, Chiquinho, Dalvinha e Jesuíno que nos revelam um mundo alegre, descontraído e aparentemente feliz. Já por outro lado a peça se apresenta forte e densa revelando de maneira real os conflitos que atormentam personagens como Otávio, Romana, Tião, Maria e Bráulio. São tais encontros e são esses momentos alegres e comoventes , que nos provocam o riso e a dor, alegria e tristeza. Assim, se por um lado mostra um olhar profundo dentro da sociedade brasileira, por outro esse olhar vem embalado por um valor poético materializado na visão romântica do mundo de seus personagens.

Embora, na convencional teoria de dramaturgia teatral não se enquadre essa abordagem, o drama social é de natureza épica e por isso mesmo uma contradição em si mesma. Aqui, novamente Guarnieri quebrou também outra regra essencial, presente nos manuais do "bom drama": ao invés de trazer personagens "superiores" como protagonistas, ele se utilizou de gente humilde, trabalhadores comuns, para conduzir sua história. Mesmo as mais simples metáforas, foram pinçadas nos mais básicos valores de nossa cultura popular, como por exemplo, na metáfora do amor, o feijão, prato massivo na América do Sul, teria um "coração de mãe".

A temática não é política, muito menos panfletária. O que discorre são relações de amor, solidariedade e esperança diante dos percalços de uma vida miserável. Assim, a peça alia temas como greve e vida operária com preocupações e reflexões universais do ser humano. Sob o olhar de Karl Marx, em um retrato iluminado por um feixe de luz na parede do cenário, o debate entre a coletividade e o individualismo, simultaneamente cru e sensível, vai crescendo.

Eles não usam black-tie é um marco do teatro de temática social.

Foi com a encenação de Eles não usam black-tie, que se iniciou uma produção sistemática e crítica de textos dispostos a representar as classes subalternas, com ênfase para a representação do proletariado. Nesse sentido, a peça de Guarnieri insere-se num quadro que se ampliou a partir da década de 1950, quando surgiu uma dramaturgia com preocupações ligadas à representação de uma camada específica da sociedade brasileira e, para além disso, em busca da construção de uma identidade nacional pautada em variedades culturais internas.


Histórico

Espetáculo que inicia a fase nacionalista do Teatro de Arena e lança o autor Gianfrancesco Guarnieri, que serve de modelo e estimulo para outros jovens escritores dramáticos brasileiros.

Em 1957, José Renato resolve assumir a produção de O Cruzeiro Lá no Alto, texto de Gianfrancesco Guarnieri, prevista para ser a última montagem do grupo, que passa por graves dificuldades financeiras.

Rebatizada, por sugestão de José Renato, como Eles Não Usam Black-Tie, provocativa referência ao Teatro Brasileiro de Comédia - TBC, e a seu público.

Eugênio Kusnet, com sua larga experiência no método de Stanislavski, encarna o velho Otávio; Lélia Abramo, politizada intelectual vinda de experiências junto a grupos operários anarquistas, vive a mãe Romana; Miriam Mehler, recém-formada pela Escola de Arte Dramática - EAD, encarrega-se de Maria, amor de Tião, interpretado pelo melhor ator do Arena no período - Gianfrancesco Guarnieri, depois substituído por Oduvaldo Vianna Filho. Os outros papéis cabem a Flávio Migliaccio, Riva Nimitz, Chico de Assis e Milton Gonçalves.

Êxito surpreendente para quem pensava em fechar as portas, Black-Tie permanece um ano em cartaz, cumprindo posteriormente bem-sucedida carreira no interior de São Paulo e no Rio de Janeiro. Animado pelo sucesso, o Arena investe forças na criação de outros textos nacionais, instituindo o Seminário de Dramaturgia, de onde sairão os textos para as montagens seguintes, que respondiam à necessidade do público de ver nos palcos a realidade nacional. Até 1960, foram montados, entre outros: Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho; Quarto de Empregada, de Roberto Freire; Fogo Frio, de Benedito Ruy Barbosa.

Eles Não Usam Black-Tie é a primeira de muitas outras encenações que colocam o Teatro de Arena como o conjunto de maior representatividade em São Paulo até meados da década de 1960.


SOBRE O AUTOR

Gianfrancesco Sigfrido Benedetto Marinenghi de Guarnieri (Milão, Itália 1934 - São Paulo SP 2006). Autor e ator. Nome de proa nos anos 1960 e 1970, ao lançar textos voltados à realidade nacional e discutindo, com densidade dramática, problemas sociopolíticos de impacto. Eles Não Usam Black-Tie, escrito por ele, abre o período da fase nacionalista do Teatro de Arena, do qual é integrante. Como ator, e eventualmente diretor, distingue-se pela busca de uma expressividade brasileira nas caracterizações.

Filho de imigrantes, chega ao Brasil com dois anos, vivendo no Rio de Janeiro. Muda-se para São Paulo em 1954 e como ator integra, a partir do ano seguinte, o Teatro Paulista do Estudante, grupo amador que se funde com o Teatro de Arena em 1956. Ali, nos elencos de Escola de Maridos e Dias Felizes, sob a direção de José Renato, em 1956; e Ratos e Homens, dirigido por Augusto Boal, em 1957, projeta-se como intérprete e ganha espaço no grupo.

No ano seguinte, o Arena encontra-se em crise e pensa em fechar as portas. Para fazê-lo, resolve encenar um texto de Guarnieri - Eles Não Usam Black-Tie - que, contrariando todas as expectativas, salva o conjunto da bancarrota e impõe-se como o primeiro texto nacional a abordar a vida de operários em greve. Inicia-se, desse modo, a construção que faz o autor de um panorama sobre a vida operária, continuado em Gimba, produzido pelo Teatro Maria Della Costa - TMDC, que revela o talento de Flávio Rangel, em 1959; e A Semente, levada à cena pelo mesmo diretor no Teatro Brasileiro de Comédia - TBC, em 1961. Gimba coloca em cena o morro carioca e a dura sobrevivência das populações marginalizadas; enquanto que A Semente enfoca, em modo desabrido, a organização do Partido Comunista e a atuação de uma de suas células num momento de greve operária.

Esses textos ostentam, pela temática e proposições estéticas, vínculos com o realismo socialista; possuindo o mérito de deslocar o olhar cênico para as camadas populares, seus problemas e contradições próprias, sem a óptica paternalista tradicional.

O Filho do Cão, de 1964, é ambientado no Nordeste, tentativa de fundir os mitos regionais com a exposição realista da miséria em que vive a população. O texto é montado dentro do Teatro de Arena, com direção de Paulo José, recebendo reparos por parte da crítica. Uma experiência bem diversa ocorre em 1965, como uma resposta ao golpe militar do ano anterior: para estruturar um espetáculo em torno da saga de Ganga Zumba, o herói negro dos Palmares, Guarnieri, Augusto Boal e Edu Lobo enveredam pelo modelo de um seminário histórico, o que possibilita a inclusão de um narrador contemporâneo que interliga e comenta os episódios representados, estabelecendo outro patamar de comunicação com a platéia. Tais técnicas, de cunho marcadamente brechtiano, dão forma ao sistema coringa, um modelo de espetáculo musical cujo primeiro fruto é Arena Conta Zumbi, em 1965. Dois anos depois, surge Arena Conta Tiradentes, um aprimoramento do sistema que destaca o protomártir da Independência como herói. Dois sucessos que promovem o Arena à condição de liderança junto ao teatro de resistência.

A peça curta Animália, de 1968, é escrita para integrar a Primeira Feira Paulista de Opinião, dirigida por Boal e montada no Teatro Ruth Escobar. Após seu desligamento do Arena, Guarnieri aceita uma encomenda de Fernanda Montenegro e escreve Marta Saré, saga musicada de uma prostituta nordestina que faz fama e fortuna no Rio de Janeiro, em 1968, realização apenas discreta. Um novo musical, Castro Alves Pede Passagem, de 1971, ambienta num programa de televisão passagens significativas da vida do poeta romântico, num bem logrado jogo metalingüístico, que lhe rende os prêmios Associação Paulista de Críticos Teatrais - APCT, e Molière de melhor autor. Sob sua direção, a montagem marca o início de uma colaboração com a Othon Bastos Produções Artísticas, que, sucessivamente, encena outros textos seus.

Botequim, dirigido por Antônio Pedro Borges, no Rio de Janeiro, e Um Grito Parado no Ar, outra colaboração com Othon Bastos e Martha Overbeck, agora com direção de Fernando Peixoto, ambos de 1972, evidenciam a forte censura imperante no auge da ditadura militar, e são por ele classificados como "teatro de ocasião". Em Botequim, os freqüentadores de um bar são impedidos de sair, em função da tempestade que cai lá fora; enquanto que Um Grito Parado no Ar é centrado sobre as frustradas tentativas de um grupo teatral de levar a termo sua realização, oferecendo através de metáforas um retrato da situação de isolamento a que foi confinada a sociedade brasileira. Esse último garante a ele os prêmios de melhor autor da Associação Paulista dos Críticos de Artes - APCA, o Molière e Governador do Estado. Basta!, da mesma época, é interditada pela Censura e impedida de entrar em cena.

Em 1976 Guarnieri volta à alegoria, criando Ponto de Partida, mais uma montagem pela companhia de Othon Bastos, em encenação de Fernando Peixoto. O próprio autor desempenha um pastor de cabras, em sensível composição. Numa hipotética aldeia medieval um poeta surge enforcado, sem que ninguém saiba o motivo; o que motiva as conjecturas das diversas figuras cênicas, desde uma camponesa até os mandatários locais. A alusão à morte do jornalista Wladimir Herzog, assassinado no ano anterior pelos órgãos de segurança, é bastante evidente, e Guarnieri arrebata os prêmios Molière, Governador do Estado, Mambembe e APCA de melhor texto.

Após longo afastamento dos palcos, exercendo outras atividades, inclusive como Secretário de Cultura da Prefeitura, o autor volta em 1988 com Pegando Fogo...Lá Fora, texto que não alcança a mesma densidade dos anteriores.

Em sua carreira de ator, Guarnieri acumula sucessos e prêmios, distinguindo-se, no Teatro de Arena, na composição de algumas personagens de grande expressividade, tais como em Ratos e Homens, de John Steinbeck, em 1957; como o jovem Tião, de seu próprio texto Eles Não Usam Black-Tie, em 1958, em que é premiado como autor revelação; O Filho do Cão, em 1964; A Mandrágora, de Maquiavel, em 1962; Tartufo, de Molière, em 1964; O Inspetor Geral, de Nikolai Gogol, em que é dirigido por Boal, em 1966; o Coringa de Arena Conta Tiradentes, em 1967; o protagonista de A Resistível Ascensão de Arturo Ui, de Bertolt Brecht, em 1968.

Também ator de cinema e televisão, acumula nesses veículos grandes interpretações. Pelo sensível acorde dramático alcançado como Otávio, o pai de Eles Não Usam Black-Tie, na versão cinematográfica de Leon Hirszman, em 1982, recebe inúmeros prêmios.




Fontes:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_teatro/
www.passeiweb.com/.../eles_nao_usam_black_tie

domingo, 3 de outubro de 2010

Peculiaridades


Toda turma tem lá suas peculiaridades... a nossa tem MUITAS!
Nossa turma é peculiar a começar pelas diferenças de idade, de personalidade, de desejos. Nossa turma tem gente prá todos os gostos!rs
Peculiar também nas manias... que são várias!
Porque nós nos incomodamos com gente de sapato no chão de madeira.
Porque nós mandamos bilhetinho embaixo da porta.
Porque nós cantamos o "hada hada"
Porque concordamos que a bolacha de aveia e mel é a melhor do mundo
Porque todo mundo vai de roxo e sempre coinscide de ser no mesmo dia!
Porque temos algumas tendências sadomasoquistas!
Porque a gente "não se engana"
Porque temos um gambá de estimação
Porque nosso gambá é na verdade um invasor de terras indígenas (né!?!? ¬¬')
Porque a gente brinca na aula de psicologia e a Adelita é café com leite!
Porque na nossa sala tem mais hetero que homo! O.o
Porque os homens da nossa sala são muito bem resolvidos (heteros ou não!)
E as mulheres todas têm uma vida amorosa problemática (solteiras ou não!rs)
Porque conseguimos construir alguns valores diferentes dos da maioria
Porque 99,9 % da sala não é de Ribeirão Preto
Pelos n combinados, pelas cirandas, pelas musiquinhas, pelas diferenças que nos igualam, pelas risadas, pelos momentos difíceis de perda, pelas piadas internas (que são inúmeras), por ser apenas o primeiro ano, por ainda termos mais 4 anos pela frente....
Porque somos a 11ª turma!
Evoé, axé, inté!

sábado, 4 de setembro de 2010

Carta aos Pais - Rubem Alves (Por Mariana Nice)


O texto que segue não fala especificamente sobre teatro.. mas fala sobre convivência.. e isso é coisa primordial em qualquer relação humana.. e vem num momento propício de reflexão dessa turma onde todos são tão diferentes entre si!

Texto de Rubem Alves - Enviado por Mariana Nice.

"Também sou pai e, portanto, compreendo. Vocês querem o melhor para o filho, para a filha. A melhor escola, os melhores professores, os melhores colegas.
Vocês querem que filhos e filhas fiquem bem preparados para a vida. A vida é dura e só sobrevivem os mais aptos. É preciso ter uma boa educação.
Compreendo, portanto, que vocês tenham torcido o nariz ao saber que a escola ia adotar uma política estranha: colocar crianças deficientes nas mesmas classes das crianças normais. Os seus narizes torcidos disseram o seguinte:
Não gostamos. Não deveria ser assim! O problema começa com o fato de as crianças deficientes serem fisicamente diferentes das outras, chegando mesmo, por vezes, a ter uma aparência esquisita. E isso cria de saída, um mal-estar... digamos... estético. Vê-las não é uma experiência agradável. É preciso se acostumar... Para complicar há o fato de as crianças deficientes serem mais lerdas: elas aprendem devagar. As professoras vão ser forçadas a diminuir o ritmo do programa para que elas não fiquem para trás. E isso, evidentemente, trará prejuízos para nossos filhos e filhas, normais, bonitos, inteligentes. É preciso ser realista; a escola é uma maratona para se passar no vestibular. É para isso que elas existem. Quem fica para trás não entra... O certo mesmo seria ter escolas especializadas, separadas, onde os deficientes aprenderiam o que podem aprender, sem atrapalhar os outros.
Se é assim que vocês pensam eu lhes digo: Tratem de mudar sua maneira de pensar rapidamente porque, caso contrário, vocês irão colher frutos muito amargos no futuro. Porque, quer vocês queiram quer não, o tempo se encarregará de fazê-los deficientes.
É possível que na sua casa, num lugar de destaque, em meio às peças de decoração, esteja um exemplar das Escrituras Sagradas. Via de regra a Bíblia está lá por superstição. As pessoas acreditam que Deus vai proteger. Se assim fosse, melhor que seguro de vida seria levar uma Bíblia sempre no bolso. Não sei se vocês a lêem. Deveriam. E sugiro um poema sombrio, triste e verdadeiro do livro de Eclesiastes. O autor, já velho, aconselha os moços a pensar na velhice. Lembra-te do Criador na tua mocidade, antes que cheguem os dias das dores e se aproximem os anos dos quais dirás:
"Não tenho mais alegrias..." Antes que se escureça a luz do sol, da lua e das estrelas e voltem às nuvens depois da chuva... Antes que os guardas da casa comecem a tremer e os homens fortes a ficar curvados... Antes que as mós sejam poucas e parem de moer... Antes que a escuridão envolva os que olham pelas janelas... Antes que as pessoas se levantem com o canto dos pássaros... Antes que cessem todas as canções... Então se terá medo das alturas e se terá medo de andar nos caminhos planos... Quando a amendoeira florescer com suas flores brancas, quando um simples gafanhoto ficar pesado e as alcaparras não tiverem mais gosto... Antes que se rompa o fio de prata e se despedace a taça de ouro e se quebre o cântaro junto à fonte e se parta a roldana do poço e o pó volte à terra... Brumas, brumas, tudo são brumas... (Eclesiastes 12: 1-8)
Os semitas eram poetas. Escreviam por meio de metáforas. Metáfora é uma palavra que sugere uma outra. Tudo o que está escrito nesse poema se refere a você, a mim, a todos. Antes que se escureça a luz do sol... Sim, chegará o momento em que os seus olhos não verão como viam na mocidade. Os seus braços ficarão fracos e tremerão no seu corpo curvo. As mós - seus dentes - não mais moerão por serem poucos. E a cama pela manhã, tão gostosa no tempo da mocidade, ficará incômoda. Você se levantará tão cedo quanto os pássaros e terá medo de andar por não ver direito o caminho. É preciso ser prudente porque os velhos caem com facilidade por causa de suas pernas bambas e podem quebrar a cabeça do fêmur. Pode até ser que você venha a precisar de uma bengala. Por acaso os moinhos pararão de moer? Não, os moinhos não param de moer. Mas você parará de ouvir. Você está surdo. Seu mundo ficará cada vez mais silencioso. E conversar ficará penoso. Você verá que todos estão rindo. Alguém disse uma coisa engraçada. Mas você não ouviu. Você rirá, não por ter achado graça, mas para que os outros não percebam que você está surdo.
Você imaginou uma velhice gostosa. E até comprou um sítio com piscina e árvores. Ah! Que coisa boa, os netos todos reunidos no "Sítio do Vovô", nos fins de semana! Esqueça. Os interesses dos netos são outros. Eles não gostam de conviver com deficientes. Eles não aprenderam a conviver com deficientes. Poderiam ter aprendido na escola, mas não aprenderam porque houve pais que protestaram contra a presença dos deficientes.
A primeira tarefa da educação é ensinar as crianças a serem elas mesmas. Isso é extremamente difícil. Fernando Pessoa diz: Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim. Freqüentemente as escolas esmagam os desejos das crianças com os desejos dos outros que lhes são impostos. O programa da escola, aquela série de saberes que as professoras tentam ensinar, representa os desejos de um outro, que não a criança. Talvez um burocrata que pouco entende dos desejos das crianças. É preciso que as escolas ensinem as crianças a tomar consciência dos seus sonhos!
A segunda tarefa da educação é ensinar a conviver. A vida é convivência com uma fantástica variedade de seres, seres humanos, velhos, adultos, crianças, das mais variadas raças, das mais variadas culturas, das mais variadas línguas, animais, plantas, estrelas... Conviver é viver bem em meio a essa diversidade. E parte dessa diversidade são as pessoas portadores de alguma deficiência ou diferença. Elas fazem parte do nosso mundo. Elas têm o direito de estar aqui. Elas têm direito à felicidade. Sugiro que vocês leiam um livrinho que escrevi para crianças, faz muito tempo: Como nasceu a alegria. É sobre uma flor num jardim de flores maravilhosas que, ao desabrochar, teve uma de suas pétalas cortada por um espinho. Se o seu filho ou sua filha não aprender a conviver com a diferença, com os portadores de deficiência, e a serem seus companheiros e amigos, garanto-lhes: eles serão pessoas empobrecidas e vazias de sentimentos nobres. Assim, de que vale passar no vestibular?
Li, numa cartilha de curso primário, a seguinte estória: Viviam juntos o pai, a mãe, um filho de 5 anos, e o avô, velhinho, vista curta, mãos trêmulas. Às refeições, por causa de suas mãos fracas e trêmulas, ele começou a deixar cair peças de porcelana em que a comida era servida. A mãe ficou muito aborrecida com isso, porque ela gostava muito do seu jogo de porcelana. Assim, discretamente, disse ao marido: Seu pai não está mais em condições de usar pratos de porcelana. Veja quantos ele já quebrou! Isso precisa parar... O marido, triste com a condição do seu pai, mas ao mesmo tempo, sem desejar contrariar a mulher, resolveu tomar uma providência que resolveria a situação. Foi a uma feira de artesanato e comprou uma gamela de madeira e talheres de bambu para substituir a porcelana. Na primeira refeição em que o avô comeu na gamela de madeira com garfo e colher de bambu o netinho estranhou. O pai explicou e o menino se calou.
A partir desse dia ele começou a manifestar um interesse por artesanato que não tinha antes. Passava o dia tentando fazer um buraco no meio de uma peça de madeira com um martelo e um formão. O pai, entusiasmado com a revelação da vocação artística do filho, lhe perguntou: O que é que você está fazendo, filhinho? O menino, sem tirar os olhos da madeira, respondeu: Estou fazendo uma gamela para quando você ficar velho...
Pois é isso que pode acontecer: se os seus filhos não aprenderem a conviver numa boa com crianças e adolescentes portadores de deficiências eles não saberão conviver com vocês quando vocês ficarem deficientes. Para poupar trabalho ao seu filho ou filha sugiro que visitem uma feira de artesanato. Lá encontrarão maravilhosas peças de madeira..."





Bom fim de semana e feriado prolongado!
Evoé!!!

domingo, 29 de agosto de 2010

Movimento Pró - Teatro de Arena




Aconteceu hoje, 29/08/2010, no Teatro de Arena de Ribeirão Preto, o movimento Pró - Teatro de Arena. O evento reuniu representantes de diversas áreas artísticas como música, dança, teatro e artes plásticas, em um encontro que resultou em muito maracatu, dança, ciranda, forró, um abraço coletivo no Arena e discussão sobre a revitalização desse espaço tão abandonado e mal utilizado pela população e pela própria classe artística.
Uma manhã linda, com um sol iluminadíssimo, e uma galera realmente decidida a mudar a situação do Teatro de Arena e as ações culturais em Ribeirão Preto!
Mas, infelizmente, o que mais me chamou atenção foi o desinteresse por parte dos próprios artistas de teatro! Triste ver um movimento a favor da revitalização e melhor utilização de um espaço teatral com tão poucos atores envolvidos. Chega a ser vergonhoso... vi lá músicos, bailarinos, artistas plásticos, propondo festivais de teatro e eventos teatrais no Arena... e praticamente NINGUÉM de teatro para dar um parecer. Dava prá se contar o número de atores nos dedos de uma mão só... e não... dessa vez não é exagero! É lamentável, triste, vergonhoso, revoltante... a mesma gente que reclama, reclama, reclama, reclama e reclama da falta de ação cultural na cidade... essa mesma gente que hoje nem se quer passou pelo Arena para ver o que lá estava acontecendo.
E eu (sempre) fico me perguntando.. até quando a nossa "gente de teatro" (que tanto ama e se envaidece da profissão que escolheu) vai continuar agindo como se não fosse seu dever lutar por um maior movimento cultural? É obrigação! Não dá prá exigir uma postura do governo e da população se os próprios artistas cênicos não tomam uma postura! É sempre o mesmo "oba oba"... continuam com o pensamento retrógrado de que ser ator é "sexo, drogas e rock and roll"... querem usufruir do que a cidade oferece culturalmente a eles (que é bem pouco), mas não querem agir para melhorar as condições do próprio trabalho!
Daí quando penso em desistir de tentar mudar qualquer coisa que seja por aqui... me vem uma galera ativa e interessada como a que estava lá hoje.. que também cansou do discurso e resolveu partir para a ação.. sim... um passo.. só um passo bem pequeno numa caminhada longa e cansativa... mas que, tenho certeza, será o primeiro passo de tantos outros mais... se não vai ser pelas mãos dos atores ribeirão pretanos que vamos mudar a situação da cultura da cidade.. que seja pelas mãos dos músicos, dos bailarinos, dos poetas, dos artistas plásticos... que seja com tambores e maracatu... que seja com abraço e malabares... mas que ao menos SEJA!
E foi! E está sendo! E será ainda mais e mais...
Evoé!!!




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(texto retirado do blog http://www.abrindominhasmanias.blogspot.com/ - Por Juliana Andrade)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Domínio Público - Por Verônica Borges

Matéria Relacionada: Legislação e Produção Cultural - Profª Míriam Fontana

Um dos tópicos que estamos vendo na aula de "Legislação e Produção Cultural" é a questão dos Direitos Autorais. Dentro dessa discussão, surgiram algumas dúvidas sobre quando uma obra passa a ser domínio público. Aqui estão algumas informações que irão ajudar a sanar essas dúvidas e a entender um pouco mais sobre o que é o domínio público.

*Pesquisa feita por Verônica Borges.

Segue:

"
Domínio público, no Direito da Propriedade Intelectual, é o conjunto de obras culturais, de tecnologia ou de informação (livros, artigos, obras musicais, invenções e outros) de livre uso comercial, porque não submetidas a direitos patrimoniais exclusivos de alguma pessoa física ou jurídica, mas que podem ser objeto de direitos morais.

No Brasil
Os direitos autorais (ou direitos de autor) duram por setenta anos contados de 1° de janeiro do ano subsequente ao falecimento do autor. Além das obras em que o prazo de proteção aos direitos excedeu, pertencem ao domínio público também: as de autores falecidos que não tenham deixado sucessores; as de autor desconhecido, ressalvada a proteção legal aos conhecimentos étnicos e tradicionais. [1]

Trabalhos que não podem possuir direitos autorais:
1. Se um trabalho não contiver nenhum novo conteúdo criativo, ele não pode possuir direitos autorais.
2. Se um trabalho foi preparado por um oficial ou funcionário do governo federal dos Estados Unidos, ou do governo estadual da Califórnia, como parte das atividades oficiais da pessoa, então este trabalho não pode possuir direitos autorais e desta forma está no domínio público. Os governos de outros países possuem políticas similares.
3. Se o autor de um trabalho declarou que o trabalho deve ser colocado em domínio público, então o trabalho deve ser utilizado como se estivesse em domínio público. Regras similares são aplicadas a discursos públicos ou manifestos.

Trabalhos não publicados:
4. Se um trabalho nunca foi publicado anteriormente de nenhuma forma, ele é considerado como um "trabalho não-publicado". Alternativamente, se um trabalho foi publicado pela primeira vez em 2003 ou posterior, se ele tiver sido criado antes de 1936, ele ainda é legalmente considerado um "trabalho não-publicado".
5. Se um "trabalho não-publicado" é de um autor conhecido com um ano de morte, então o trabalho está no domínio público se o autor morreu antes de 1936.
6. Se um "trabalho não-publicado" é de um anônimo ou de um autor corporativo, ou se o ano de nascimento do autor não é conhecido, então o trabalho está no domínio público se o trabalho foi criado antes de 1886.

Trabalhos publicados
7. Se um trabalho foi publicado pela primeira vez antes de 1923, então ele está no domínio público em todas as circunstâncias.

Trabalhos publicados nos Estados Unidos
8. Se um trabalho foi publicado pela primeira vez nos Estados Unidos entre 1923 e 1977, e ele foi publicado sem notas de direitos autorais, então ele está no domínio público.
9. Se um trabalho foi publicado nos Estados Unidos entre 1923 e 1963 COM uma nota de direitos autorais, então ele está no domínio público APENAS SE os direitos autorais não foram renovados.
10. Se um trabalho foi publicado pela primeira vez nos Estados Unidos entre 1978 e 1 de Março de 1989, e ele foi publicado sem uma nota de direitos autorais, então eles estão no domínio público somente se o autor não registrou subsequentemente seus direitos autorais.

Trabalhos publicados fora dos Estados Unidos
11. Se um trabalho foi publicado pela primeira vez fora dos Estados Unidos entre 1923 e 1977, e o trabalho não for protegido por copyright em seus país até 1 de Janeiro de 1996, então ele está no domínio público. Isto necessita ser definido analisando-se cada caso.
12. Vários países (como, por exemplo, o Brasil) declaram que materiais como constituições e legislações que sejam de sua autoria não estão sujeitos a direitos autorais. Cada caso necessitará ser verificado individualmente.

Uma análise país a país

Para a análise seguinte, a frase sem tratado indica que os Estados Unidos não possuem um tratado de copyright com este país, então os trabalhos criados pelos residentes deste país não são protegidos por copyright nos Estados Unidos. Vida+X significa que o trabalho está no domínio público se o autor morreu mais de X anos antes do ano atual. Tratado:Vida+X significa que de acordo com um tratado que o país assinou, ele concordou em estender sua proteção de direitos autorais para Vida+X, porém isto ainda não foi feito.
Lembre-se que qualquer trabalho publicado antes de 1923 é considerado no domínio público nos Estados Unidos, independentemente do estado dos direitos autorais no país de origem. Além disso, note que outros países podem mudar suas leis de copyright a qualquer momento, e estas leis podem ser retroativas a trabalhos prévios no domínio público.


•Afeganistão: Antes de 2002, sem tratado. Após 2002, desconhecido.
•África do Sul: Vida+50
•Albânia: Vida+50
•Alemanha: Vida+70 As fotos que não são "trabalhos criativos" vão ao domínio público 50 anos após sua criação ou publicação mais recente.
•Andorra: Vida+70
•Angola: Vida+50
•Arábia Saudita: Vida+50
•Argélia: Vida+50
•Argentina: Vida+50
•Armênia: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Austrália: Se o autor morreu antes de 1955, seu trabalho está no domínio público.
•Áustria: Vida+70
•Azerbaijão: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Bahrain: Vida+50
•Bangladesh: Vida+50
•Barbados: Vida+50
•Bélgica: Vida+70
•Belize: Vida+50
•Benim: Vida+50
•Bielorrússia: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Bolívia: Vida+50
•Bósnia e Herzegovina: Vida+70
•Brasil: Vida+70
•Brunei: Vida+50
•Bulgária: Vida+50
•Burkina Faso: Vida+50
•Burundi: Vida+50
•Butão: Sem tratado
•Cambodja: Vida+50
•Canadá: Vida+50
•Cazaquistão: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Chile: Vida+50 (Tratado:Vida+70)
•China (R.P.): Vida+50. A fotos vão ao domínio público 50 anos após sua criação.
•Chipre: Vida+50 (Tratado:Vida+70)
•Colômbia: Vida+80
•Coreia do Sul: Vida+50
•Costa Rica: Vida+70
•Costa do Marfim: Vida+99
•Croácia: Vida+70
•Cuba: Vida+50
•Dinamarca: Vida+70
•Djibuti: Vida+25. (Tratado:Vida+50)
•Equador: Vida+70
•Egito: Vida+50
•El Salvador: Vida+50
•Emirados Árabes Unidos: Vida+50
•Eslováquia: Vida+70
•Eslovênia: Vida+70
•Espanha: Vida+70
•Estados Unidos: Veja #Trabalhos publicados nos Estados Unidos acima.
•Estônia: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Etiópia: Sem tratado
•Fiji: Vida+50
•Filipinas: Vida+50, porém isto é contestado.
•Finlândia: Vida+70
•França: Vida+70
•Gana: Vida+50
•Geórgia: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Grécia: Vida+70
•Guatemala: Vida+75
•Hong Kong: Vida+50
•Hungria: Vida+70
•Iémen: Aparentemente sem tratado, porém isto é incerto.
•Ilhas Salomão: Vida+50
•Índia: Vida+60 A fotografia vão ao domínio público 60 anos após suas criações.
•Indonésia: Vida+50
•Iraque: Antes de 2004, Sem tratado. Após 2004, desconhecido.
•Irã: Sem tratado
•Irlanda: Vida+70
•Islândia: Vida+50
•Israel: Vida+70
•Itália: Vida+50 (Tratado:Vida+70)
•Japão: Vida+50
•Jordânia: Vida+50
•Kuwait: Vida+50
•Laos: ?
•Letónia: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Líbano: Vida+50
•Líbia: Vida+25
•Liechtenstein: Vida+70
•Lituânia: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Luxemburgo: Vida+70
•Macau: Vida+50 As fotografias vão ao domínio público após 25 anos de suas criações.
•Madagascar: Vida+70
•Malawi: Vida+50
•Malásia: Vida+50
•Malta: Vida+70
•México: Vida+100
•Moldávia: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Mongólia: Vida+50
•Montenegro:
•Marrocos: Vida+50
•Namíbia: Vida+50
•Nepal: Sem tratado
•Nova Zelândia: Vida+50
•Níger: Vida+50
•Nigéria: Vida+70
•Noruega: Vida+70
•Oman: Vida+50
•Países Baixos: Vida+70
•Paquistão: Vida+50 As fotografias vão ao domínio público após 50 anos.
•Panamá: Vida+50
•Papua-Nova Guiné: Vida+50
•Paraguai: Vida+70, porém se um trabalho foi criado no Paraguai e publicado anteriormente sem uma nota de direitos autorais, ele está no domínio público.
•Peru: Vida+70
•Polônia: Vida+70, porém os trabalhos publicados até 23 de Maio de 1994 sem uma nota de direitos autorais clara estão no domínio público.
•Portugal: Vida+70
•Qatar: Vida+50
•Quênia: Vida+50
•Quirguistão: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•República Checa: Vida+70
•Roménia: Vida+70
•Rússia: Vida+70, porém os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•São Vicente e Granadinas: Vida+50
•Samoa: Vida+75
•São Marino: Sem tratado
•Sérvia: Vida+50
•Seychelles: Provavelmente Vida+25, porém isto não é claro.
•Singapura: Vida+50 (Tratado:Vida+70) Fotografias e tratados governamentais caem em domínio público 50 anos após a sua publicação.
•Sudão: Vida+25 (Tratado:Vida+50)
•Suécia: Vida+70
•Suíça: Vida+70
•Síria: Vida+50
•Tadjiquistão: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Tailândia: Vida+50
•Taiwan: Vida+50 As fotografias vão ao domínio público após 50 anos.
•Tanzânia: Vida+50
•Togo: Vida+50
•Tonga: Vida+50
•Trinidad e Tobago: Vida+50
•Tunísia: Vida+50
•Turquia: Vida+70
•Turcomenistão: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Ucrânia: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Reino Unido: Vida+70
•Uruguai: Vida+50, porém se um trabalho é criado no Uruguai e é publicado pela primeira vez sem uma nota de direitos autorais, o trabalho está no domínio público.
•Uzbequistão: Os trabalhos publicados na União Soviética antes de 27 de Maio de 1973 não são protegidos pelas Convenções Internacionais de Direitos autorais e estão portanto no domínio público.
•Venezuela: Vida+60
•Vietnã: Vida+50
•Zâmbia: Vida+50
•Zimbabwe: Vida+50

"



Obs: A pesquisa mandada pela Vê está sem fonte de referência, assim que ela me mandar eu publico aqui.


Mais informações sobre Direitos Autorais:
http://www.bn.br/ - Site da Biblioteca Nacional




Evoé!!

domingo, 22 de agosto de 2010

Eutonia


Disciplina relacionada: Expressão Corporal II - Prof° Renato Ferreira

Desde o semestre passado estamos estudando em Expressão Corporal algumas técnicas de "Eutonia". Encontrei alguns textos sobre o assunto que podem ajudar a compreender um pouco mais sobre essa técnica, o que ela é, para que serve, qual sua importância no nosso trabalho, etc.

Segue:

"
O QUE É EUTONIA

A Eutonia é uma prática corporal criada e desenvolvida por Gerda Alexander (1908 Wuppertal / Alemanha - 1994 Copenhagem / Dinamarca). A palavra eutonia significa tensão em equilíbrio; tônus harmonioso (do grego eu : bom, harmonioso e do latim tônus: tensão).
O trabalho consiste no uso da atenção às sensações promovendo a ampliação da percepção e da consciência corporal. Um processo em que o aluno acessa a sabedoria que é própria do corpo usando-a a seu favor.
O aluno entra em contato com o tempo do organismo, com os ritmos internos e com o diálogo entre este universo interno (sensações, percepções, emoções, pensamentos) e o externo (o corpo em relação ao espaço, aos objetos, aos outros seres, ao solo, ao ar, aos sons, às forças da Física que atuam sobre o corpo, etc). À medida que conhece o corpo aprende a economizar energia e equilibrar as tensões, reconhecendo suas necessidades de atividade, de descanso e incorporando hábitos saudáveis.
A Eutonia é um caminho preventivo indicado para pessoas de todas as idades já que melhora a qualidade de vida respeitando o ritmo pessoal de cada um. Músicos, dançarinos, atletas, atores, artistas e artesãos se beneficiam muito com a prática, além de crianças, adolescentes, idosos e pessoas com limitações físicas.

No repouso e em movimento o corpo é explorado através da atenção, da auto-observação e do conhecimento da anatomia e fisiologia. Utilizam-se objetos auxiliares variados tais como bolinhas, bambus, sementes, almofadas, pedras, tecidos, etc. para aprofundar a pesquisa.

INDICAÇÕES e BENEFÍCIOS

•Tratamento auxiliar de distúrbios osteomusculares e articulares (artrites, artroses, tendinites; LERs; fraturas; paralisias).
•Questões posturais.
•Estresse.
•Insônia.
•Quadros pré e pós-operatórios.
•Durante gravidez e na preparação para o parto.
•Equilibra as funções vegetativas: sono, respiração, digestão, circulação cardiovascular, circulação linfática.
•Promove profundo autoconhecimento e a percepção da totalidade e integração corpo/mente/espírito.
•Confere autonomia: Os alunos aprendem a assumir a responsabilidade pela própria saúde e bem estar adquirindo os recursos necessários para tal.
•Melhora a qualidade de vida.


PRINCIPAIS TEMAS TRABALHADOS:

Tato Consciente – Trabalho de sensibilização da PELE estimulando os receptores de tato. Torna mais clara a sensação de contorno e a imagem corporal.

Consciência Óssea - O desenvolvimento da consciência óssea é um fundamento da Eutonia que, assim como o tato consciente, está intimamente ligado ao desenvolvimento de uma imagem corporal mais rica tendo grande importância na estruturação das formas do corpo. Os ossos são referências para movimentos, apoios, tamanho, volume e imagem do corpo .

Transporte consciente – Fundamento de muita originalidade. É a conscientização e o uso intencional do endireitamento postural que permite ao homem estar naturalmente em estado antigravitacional. Estimulação e percepção do caminho das forças através dos tecidos do corpo objetivando uma melhor adaptabilidade postural em todas as situações da vida, seja em posturas estáticas ou em movimento, tendo como elemento primordial a relação entre o corpo e o chão. O transporte é desenvolvido através do encontro com a estrutura óssea, a percepção da forma, função e alinhamento dos OSSOS e sua relação com as forças que atuam sobre o corpo. Através do TRANSPORTE CONSCIENTE a musculatura ganha espaço e liberdade para o movimento e o corpo adquire um tônus muscular global mais equilibrado e adaptável à execução das diversas atividades corporais, sejam do cotidiano, sejam nas que requerem um maior grau de habilidade, como a dança, os esportes, etc.

Espaço interno e Volume corporal – Contato com os diversos tecidos do corpo e com o seu funcionamento, a construção da consciência do espaço interno acontece através da sensibilização dos contornos e o preenchimento consciente de seu conteúdo, para isto contamos com os mecanorreceptores presentes na pele e nas articulações que informam a presença e o estado das estruturas corporais. é um trabalho minucioso que auxilia na percepção da tridimensionalidade do corpo. O aluno mantém sua atenção voltada para sentir os tamanhos, a largura, o comprimento, a distância entre partes, as formas, a superfície de apoio no solo e a relação com o espaço.

Contato consciente - O Contato Consciente é o fundamento mais original da Eutonia e pano de fundo para toda a sua prática terapêutica e pedagógica. O Contato Consciente é o contato consigo próprio, com outra pessoa, objeto ou espaço circundante que acontece além dos limites da própria pele, é alcançado pelo fortalecimento do estado de presença da pessoa. Promove harmonização e equilíbrio das tensões superficiais e profundas.

Movimento eutônico – Através da prática da eutonia encontraremos a habilidade de realizar os movimentos de forma a que chamamos “eutônica”. Este é um de seus objetivos fundamentais. Alguns dos aspectos que podem ser observados durante a realização do movimento eutônico são: leveza, precisão, equilíbrio de tônus, expressão pessoal e a preparação para as ações do cotidiano.


- Histórico -

Gerda Alexander, a criadora da Eutonia, nasceu em Wupperthal, Alemanha, no dia 14 de janeiro de 1908.
Cresceu cercada pelo gosto musical de seus familiares, o que certamente a influenciou na escolha de uma formação na escola Dalcroze.
Queria dedicar-se à música e à dança, mas viu-se obrigada desde muito jovem, aos 16 anos, a abdicar dessa idéia, ao ser vitimada por uma violenta febre reumática que teve como conseqüência uma endocardite.
Isto obrigou-a muito precocemente a criar formas de movimento que não alterassem seu rítmo cardíaco e respiratório.Por ocasião da 2ª Guerra Mundial, fixou residência na Dinamarca, onde morou até 1994, ano em que faleceu.
Em 1940 fundou em Copenhagen a Escola de Eutonia onde desenvolveu a sua pesquisa baseada na relação entre economia de esforço e qualidade de movimento, tendo como preocupação o uso adequado do tônus muscular na ação cotidiana.
Este trabalho corporal recebeu, em 1957, o nome de EUTONIA (do grego, eu: bom, harmonioso e do latim, tônus: tensão).A eutonia foi introduzida na América Latina na década de 70, quando Gerda Alexander esteve por duas vezes em Buenos Aires ministrando workshops.
Esta experiência despertou o interesse dos participantes, entre eles Berta Vishnivetz, que se formou em eutonia e exerceu a função de assistente de Gerda Alexander na escola da Dinamarca durante quinze anos.
Atualmente, ela desenvolve pesquisas relacionadas à questão da dor junto à Universidade de Copenhagen.
Berta Vishnivetz criou em 1986 a primeira escola LatinoAmericana de Eutonia em Buenos Aires e iniciou, em São Paulo, a partir de 1990, o primeiro Curso de Formação em Eutonia.
Atualmente, o segundo Curso de Formação em Eutonia é organizado e ministrado em São Paulo por eutonistas brasileiros. "


Artigos relacionados

Eutonia e Percepção: http://www.eutonia.org.br/artigos/rviana.htm
O que é Eutonia: http://www.eutonia.org.br/artigos/tfeitoza.htm


Texto retirado do site: http://www.eutonia.org.br/

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Sobre André, Wally e Jerzy Grotowski



Ontem (sexta-feira), na aula de Interpretação, assistimos ao filme "Meu jantar com André".
O filme trata do diálogo existencialista entre dois amigos (ambos atores - Wallace também dramaturgo e André também diretor) que não se vêem há muito tempo. No encontro, em um sofisticado restaurante em Manhattan, travam uma conversa sobre suas vivências, sobre ideais, sobre sociedade e suas visões sobre o ser humano. André Gregory, melhor sucedido na carreira do que o amigo Wallace, relata suas experiências com diretor polonês Jerzy Grotowski.
Como aprendizes de teatro, creio que uma das coisas que mais nos interessa nesse filme (além, é claro, da profunda análise da relação entre o ser humano e o mundo - mas isso eu acredito ser importante e essencial para qualquer pessoa!) é esse contato com as vivências teatrais de Grotowski. Achei importante então, colocar aqui algumas informações sobre o diretor. São informações bem superficiais, óbviamente, mas que servirão de base para quem se interessar em uma pesquisa mais profunda.

Divirtam-se:


"Teórico, crítico e diretor teatral polonês (11/8/1933-14/1/1999).
Um dos maiores nomes do teatro experimental. Nasce em Rzeszów. Estuda arte dramática na URSS e na Polônia e, com apenas 23 anos, torna-se professor da Escola Superior de Teatro da Cracóvia.
De 1965 a 1984 dirige o teatro-laboratório de Wróclaw, no qual propõe a criação de um teatro pobre, sem acessórios, baseado apenas na relação ator/espectador. Insiste no desenvolvimento da expressão corporal dos atores e dos recursos de voz e modifica o espaço cênico, contribuindo para a renovação da arte cênica contemporânea.

Seu trabalho mais conhecido em português é "Em Busca de um Teatro Pobre", onde postula um teatro praticamente sem vestimentas, baseado no trabalho psico-físico do ator. A melhor tradução de "teatro pobre" seria teatro santo ou teatro ritual. Nele Grotowski leva às últimas conseqüências as ações físicas elaboradas por Constantin Stanislavski, buscando um teatro mais ritualístico, para poucas pessoas. Um dos seus assistentes e responsável pela divulgação e publicação de seus trabalhos é o hoje famoso teatrólogo Eugenio Barba.
O trabalho de Grotowski no teatro se torna uma espécie de busca espiritual, uma confrontação entre o homem e a mitologia. É central em seus escritos e em sua prática a figura do ator "santo".

Montagens (1957-1969)

Em 1958 ele dirigiu sua primeira peça "Deuses da Chuva" adaptada de um romance de Jerzy Krzyszton. Anunciando a notoriedade que ele teria, esta foi uma montagem que causou muita controversia pela forma que ele adaptou o texto. Grotowski anunciava, "Em respeito ao minha atitude com o texto dramático, eu penso que o diretor deve tratá-lo apenas como um tema em cima do qual ele constrói um novo trabalho artístico que é o espetáculo teatral " (em R. Konieczna, "Przed premiera 'Pechowcow'. Rozmowa z rezyserem" / "Antes da estréia de 'O Infeliz' - Uma conversa com o diretor"). Esta abordagem ele iria incorporar em toda sua carreira, influenciando muitos artistas que o sucederam. Ainda no mesmo ano Grotowski mudou-se para Opole onde ele assumiu a direção do Teatro das 13 Fileiras. Local onde ele organizou um conjunto de atores e colaboradores artísticos que iriam ajudá-lo no desenvolvimento de sua visão artística.
Entre as muitas produções as mais famosas foram "Orfeu" de Jean Cocteau, "Shakuntala" inspirado no texto de Kalidasa, "Dziady" de Adam Mickiewicz e "Akropolis" de Stanislaw Wyspianski. Esta última foi a primeira realização completa de sua formulação de 'teatro pobre'. Nela a companhia de atores, representando prisioneiros de um campo de concentração, construíam a estrutura de um crematório em volta da platéia, enquanto representavam histórias da bíblia. Esta concepção teve particular ressonância para o público de Opole, já que o campo de concentração de Auschwitz se localiza apenas a cerca de cem quilômetros de distância. "Akropolis" foi uma peça que chamou muito a atenção e praticamente o lançou internacionalmente.
Em 1964 ele deu seqüência a seu sucesso com a estréia de "A Trágica História de Doutor Faustus" adaptada de um importante autor do teatro elizabetano Christopher Marlowe. Além do uso de poucos objetos na cena, Grotowski orientou os atores a representarem diferentes objetos. Numa cena, onde o papa está presente num jantar, um ator representava a sua cadeira e outro a comida. Estes dois atores também assumiam o papel de Mephistopheles em outra parte da peça, demonstrando o caminho que Grotowski desenvolveu colocando diferentes camadas de significados em suas produções.
Em 1965 ele muda sua companhia para Wrocław com o novo nome de "Teatr Laboratorium" (Teatro Laboratório), em parte para evitar a pesada censura a que os teatros profissionais tinham que se submeter na Polônia daquele tempo.
"O Príncipe Constante " foi sua primeira grande encenação, em 1967, considerada uma das mais importantes encenações do século XX, com descrição detalhada em seu livro "Em Busca...". A interpretação de Ryzsard Cieslak's, no papel título, é considerada o melhor exemplo da técnica de interpretação buscada por Grotowski's. Em fase posterior Grotowski assume um estilo parateatral, explorando o significado do ritual e da performance fora do contexto da obra de arte.
1969 viu a última produção profissional de Grotowski como diretor. "Apocalypsis Cum Figuris" é também mundialmente reconhecida como uma da melhores produçõoes teatrais do século XX. Novamente utilizando textos da biblia, esta produção é reconhecida pelos membros da companhia como uma exemplo típico da interpretação total por ele almejada. Durante o processo de ensaio, que durou três anos, Grotowski abandona as convenções do teatro tradicional e se envereda pelos caminhos de investigação do ritual.
Grotowski revolucionou o teatro e, junto com seu primeiro aprendiz, Eugenio Barba, líder e fundador do Odin Teatret e mentor do teatro antropológico, é considerado um dos mentores do teatro contemporâneo e de vanguarda. Barba foi fundamental na divulgação do trabalho de Grotowski ao mundo no ocidente, rompendo a barreira da burocracia comunista. Barba é editor de Em busca de um Teatro Pobre (1968), no qual Grotowski afirma que o teatro não deveria, porque não poderia, competir contra o espetáculo cinematográfico e deveria se concentrar em sua principal qualidade, os atores que se apresentam a frente dos espectadores.

O "teatro pobre" de Grotowski

Segundo Grotowski, o fundamental no teatro é o trabalho com a platéia, não os cenários e os figurinos, iluminação, etc. Estas são apenas armadilhas, se elas podem ajudar a experiência teatral são desnecessárias ao significado central que o teatro pode gerar.
O pobre em seu teatro significa eliminar tudo que é desnecessário, deixando um ator ou atriz vunerável e sem qualquer artifício. Na Polônia, seus espetáculos eram representados num espaço pequeno, com as paredes pintadas de preto, com atores apenas com vestimentas simples, muitas das vezes toda em preto.
Seu processo de ensaio desenvolvia exercícios que levavam ao pleno controle de seus corpos para desenvolver um espetáculo que não deveria ter nada supérfluo, também sem luzes e efeitos de som, contrariando o cenário tradicional, sem uma área delimitada para a representação.
A relação com os espectadores pretendia-se direta, no terreno da pura percepção e da comunhão. Se desafia assim a noção de que o teatro seria uma síntese de todas as artes, a literatura, a escultura, pintura, iluminação, etc...

Declaração de Princípios

(Editado do texto escrito por Jerzy Grotowski para uso interno no Teatro Laboratório e, em particular, pelos atores que faziam um aprendizado, antes de serem aceitos na companhia, a fim de colocá-los em contato com os princípios básicos do trabalho ali realizado).
O ritmo de vida na civilização moderna se caracteriza pela tensão, por um sentimento de condenação, pelo desejo de esconder nossas motivações pessoais, e por uma adoção da variedade de papéis e máscaras da vida (máscaras diferentes para a nossa família, o trabalho, entre amigos, na comunidade, etc.). Gostamos de ser “científicos”, querendo dizer com isto racionais e cerebrais, uma vez que esta atitude é ditada pelo curso da civilização. Mas também queremos pagar um tributo ao nosso lado biológico, o que poderíamos chamar de prazeres fisiológicos. Portanto, fazemos um jogo duplo de intelecto e instinto, pensamento e emoção; tentamos dividir-nos artificialmente em corpo e alma. Quando tentamos nos livrar disto tudo, começamos a gritar e a bater com o pé, no convulsionando com o ritmo da música. Em nossa busca por liberação, atingimos o caos biológico. Sofremos mais com uma falta de totalidade, atirando-nos, dissipando-nos. (…)
Por que sacrificamos tanta energia à nossa arte? Não é para ensinar aos outros, mas para aprender com eles o que nossa existência, nosso organismo, nossa experiência pessoal e ainda não treinada tem para nos ensinar; para aprender a romper os limites que nis aprisionam e a libertar-nos das cadeias que nos puxam para trás, da mentiras sobre nós mesmos que manufaturamos cotidianamente para nós e para os outros; para as limitações causadas pela nossa ignorância e falta de coragem; em resumo, para encher o vazio em nós, para nos realizarmos. A arte não é um estado da alma (no sentido de algum momento extraordinário e imprevisível de inspiração), nem um estado do homem (no sentido de uma profissão ou função social). A arte é um amadurecimento, uma evolução, uma ascensão que nos torna capazes de emergir da escuridão para a luz.
O que devemos fazer é lutar, para então descobrir, experimentar a verdade sobre nós mesmos; rasgar as máscaras atrás das quais nos escondemos diariamente. (…) A arte não pode ser limitada pelas leis da moralidade comum ou de qualquer catecismo. (…) O ato de criação nada tem a ver com o conforto externo ou com a civilidade humana convencional; quer dizer, as condições de trabalho nas quais as pessoas se sentem seguras e felizes.


Para ele, o teatro tem a missão de romper com o convencional e o estereotipado e revelar o inconsciente coletivo, com seus mitos e símbolos."


Bibliografia

"Em busca de um teatro pobre". Ed. RJ:Civilização Brasileira, 1971; Prefácio de Peter Brook.
"Teatro Laboratório de Jerzy Grotowski", 1959 - 1969. SP:Ed Perspectiva, 2007.

Links de pesquisa:

http://www.algosobre.com.br/biografias/jerzy-grotowski.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jerzy_Grotowski



P.s:
Pessoas, não deu tempo de corrigir os errinhos de digitação dos textos que coloquei aí.. mas assim que der volto para corrigí-los"rs.


Evoé!!!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Psicologia da Educação



A disciplina de "Psicologia Aplicada ao Teatro" foi substituída nesse semestre pela disciplina "Psicologia da Educação". Como introdução ao curso assistimos ao filme indiano "Como Estrelas na Terra - Toda Criança é Especial" (Nome original: Taare Zameen Par). O filme trata da trajetória de uma criança que sofre de dislexia e que tem sua vida transformada depois da chegada de um novo professor de artes no colégio interno onde estuda.
Eu queria muito disponibilizar aqui o filme para download.. mas não consegui.
Então.. seguem alguns links sobre o filme e também sobre psicologia da educação.
O site oficial do filme está todo em inglês.. mas tem uns conteúdos bem bacanas, além de ter a trilha sonora para ouvir =)
Divirtam-se!!rs

Site Oficial: http://www.taarezameenpar.com/
"Psicologia Escolar": http://atuarpsicologiaescolar.blogspot.com/
Mais sobre o filme "Taare Zameen Par" (esse site é em português \o/): http://cinemaindiano.blogspot.com/2008/06/taare-zameen-par.html
Trailer no Youtube (se procurarem tem as cenas do filme também... tem o filme todo, mas tem que procurar as versões com legenda em português): http://www.youtube.com/watch?v=64xV9l7O3cg&feature=related



Bom.. por ora é isso.. se até semana que vem eu encontrar mais coisas coloco aqui!!
Evoé!!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Charlie Chaplin (Charlot) - O Barbeiro

Vídeo referente a disciplina de Improvisação II (Profª Tânia Alonso).

E voltou...

Voltaram as aulas... e o blog... também voltou!
E voltou de cara nova! E vai ficar bem bacana.. assim que eu aprender como se mexe direito com os novos aplicativos!rs
Voltou e vai ter novidades.. principalmente nas atualizações que, pretendo eu, serão mais frequentes.

A primeira novidade é que agora terão mais postagens sobre as aulas.
E para começar deixo na próxima postagem (que será logo logo, ainda hoje) o video de uma cena de Sir. Charles Chaplin. Já que esse semestre estudaremos a questão do silêncio na disciplina de Improvisação II e a Tânia indicou que vissemos alguns filmes e tudo mais... de segunda - feira colocarei alguns videos e textos sobre isso... e também sobre expressão vocal (nossa outra disciplina do dia).

Aos poucos vamos organizando isso aqui...
Hoje vai ficar assim meio confuso mesmo... coisa de começo se semestre... tudo voltando ao normal... ou não!


Evoé!!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sobre ser ator...



Por Verônica Borges - texto de Antônio Calloni


"Ser ator é realmente uma profissão de maluco, fascinante. A poética do ridículo, o brincar de faz de conta, o infindável universo onírico infantil e a tremenda cara de pau fazem com que os atores encantem - pelo seu poder de transgressão, pela sedução, pelo poder de conscientização, pela capacidade de simplesmente entreter e pela mágica de poder ser quase todo mundo - aos que os assistem e sonham junto com eles.

Lemos Diderot, Stanislavsky, Grotovsky, Maierhold, D. T. Suzuki e uma infinidade de outros livros (todos fundamentais). Ouvimos muita música clássica para apurarmos nossa noção de ritmo, de cor, de intensidade. Ouvimos samba, pagode, MPB, música sertaneja e o diabo a quatro, graças ao bom Deus. Graças a obrigatória falta de preconceito para ver e viver a vida como ela é (obrigado, grande Nelson!) e poder reproduzi-la, e, melhor ainda, recriá-la como uma pintura, que quase sempre é mais rica do que uma foto. Vemos (com o corpo inteiro) pinturas de Bosch, Goya, Velásquez, Max Ernst, para tentar compreender alguns mistérios da vida, para provocar nossos sonhos, ou, para nada. Só para ver mesmo. Que bom!
Conversamos com o Zé que vende coco no quiosque da praia e notamos um gesto diferente, um ritmo novo, outras possibilidades de comportamento e de comunhão com a vida. Observamos sem pensar. Viva o Zé! Precisamos dele. E depois colocamos uma armadura e dizermos que somos cavaleiros da Távora Redonda, dizemos que somos bons, que somos maus, que somos bons e maus, que somos gente. É uma profissão que deveria se iniciar logo que a pessoa começasse a falar e a ler, e terminar no início da adolescência, já que os adolescentes têm verdadeiro horror a pagar mico. Mas não, o maravilhoso complexo de Peter Pan nos acompanha pelo resto da vida e passamos a nos comportar como crianças relativamente adultas. E aí entra a poética do tempo que estará sempre a nosso favor.

Fazer um bom trabalho de ator é sempre muito arriscado, mesmo que o personagem seja comum, simples, cotidiano. É mais arriscado ainda. É raro, mas acontece de ver um ator dizendo que está arriscando quando na verdade está fazendo um trabalho histérico e fora da medida. No caso de uma novela, geralmente as pessoas se acostumam e até passam a gostar. O erro faz parte do show, eliminá-lo é impossível, diminuir a margem de erro através do estudo, dedicação, e, principalmente, leveza e bom humor, talvez seja o melhor caminho. Cada um escolhe o seu.

É uma profissão generosa, democrática e acolhedora. Qualquer um pode ser ator, basta saber falar, andar, ler e ter o juízo mais ou menos perfeito. Todos têm direito a tentativa e ninguém tira o lugar de ninguém. Fazer um bom trabalho de ator, permanecer digno praticando o ofício já são outros quinhentos, não é para qualquer um. A consciência de que somos inevitavelmente precários por sermos humanos pode ser um grande estímulo para fazermos trabalhos grandiosos. Viramos heróis, mendigos e uma infinidade de outros
personagens para, entre outras coisas, vencer a morte (êta coisinha incômoda). E, no final, conseguimos rir de nós mesmos.

Quero, por fim, agradecer aos meus nobres e loucos companheiros atores por percorrerem esse caminho inventado e que aumenta a vida, o prazer e o sonho. Quero agradecer aos grandes atores que já superaram o estágio dos adjetivos e conquistaram a liberdade plena da criação. Qual o adjetivo para Fernanda Montenegro, para Laura Cardoso? Quero agradecer também aos que estão começando, aos que estão terminando (se é que isso é possível) e aos que estão por vir.

Sou ator, acho que isso quer dizer alguma coisa.

Evoé!
Antonio Calloni. "

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Prá ser ator tem que ser louco...

Por Lucas Fagundes.

Vivo perguntando a mim mesmo... será que é estranho ser ator? Não que eu ache isso, mas é engraçado, pois quando as pessoas perguntam uma para a outra qual o curso que ela faz, existe sempre uma excitação "nossa, você faz jornalismo? que legal!". Bem diferente do que acontece comigo "Ah, você faz Artes Cênicas? O que é isso mesmo? Ah teatro!... mas o que vocês fazem em aula?" E esta é a pior parte, pois quando falo que fiz um exercício de exaustão, ou que mastiguei um som, ou que guiamos nosso colega como se ele fosse um carro; eu vejo as pessoas com um olhar que já diz tudo: "Nossa! Que doente meltal!" Outro dia um amigo, que vem no mesmo ônibus que eu para a faculdade, comentou que iria ter prova... eu disse que também teria e ele me perguntou "Como é a prova de vocês? Já sei! Tem que fazer careta e se tiver certo tira 10?".
Parece engraçado, mas esse tipo de preconceito é real. As pessoas desvalorizam o teatro e os profissionais da área, sem levar em conta o quanto cada ator trabalhou e estudou para ter aquela formação profissional.... ele também estudou Freud, Vigotsky, Aristóteles, Sócrates, e muito mais...
O respeito pela escolha profissional do outro é importante... e, afinal, cada pessoa faz aquilo que lhe traz felicidade! Confesso que não conseguiria ficar horas dentro de um laboratório fazendo pesquisas gigantescas e revolucionárias... da mesma maneira que um cientista não teria coragem de subir num palco e encarar o público com o objetivo de levar a eles uma alegria gigantesca e revolucionária!
Talvez seja esse preconceito um dos responsáveis pelo baixo nível de cultura do brasileiro, e pela falta de incentivo e apoio à arte no nosso país.
A nossa profissão tem uma vantagem sobre todas as outras: "nós podemos ser o que quisermos e na hora em que der vontade!".... Tudo bem que não vou conseguir ser um jornalista, advogado, ou químico de verdade... mas através da minha imaginação e do poder de criação que o teatro propõe, consigo, por que não?, explorar um pouquinho de cada área, ampliando meu conhecimento, e aprendendo a respeitar qualquer profissão.
Ah! Já sei o que você deve estar pensando, e te respondo já... "Sim, para ser ator tem que ser louco sim!".

(Lucas)

domingo, 28 de março de 2010

27 de Março - Dia do Teatro!

É minha gente... eu sei... essa postagem está dois dias atrazada! Mas o que se pode fazer!? Falta-me tempo, e idéias nessa cabeça avoada!
Deixemos de lorotas...

Muitos teóricos dizem que o teatro surgiu na Grécia... outros tantos acreditam o teatro ter nascido de rituais primitivos, muito antes da civilização grega... já eu, defendo que o teatro nasce a cada dia, todos os dias, desde sempre até hoje! Mas não vim aqui falar da história do teatro... afinal, teremos 4 anos para isso, né!?

Aproveito, atrazadamente, essa data (tão pouco comemorada pelos próprios artistas!) para pensar um pouco sobre a arte no nosso país.. ou melhor ainda.. pensar a arte na nossa cidade!
Ribeirão Preto talvez seja a cidade do interior paulista que mais tenha atores! E que, falo sem medo, a cidade que talvez mais tenha bons atores! No tempo em que passei em São Paulo, estudando teatro, sempre ouvi os melhores comentários sobre os atores e grupos ribeirão pretanos.
Ribeirão Preto tem dois grandes teatros (embora nosso Teatro Municipal não seja tão extenso, perante os outros teatros da região ele é significantemente grande!), temos um Teatro de Arena, temos agora o Teatro de Òpera Minaz, diversos auditórios, uma porção de espaços culturais, um Sesi e um Sesc...Temos até um estúdio de cinema! É certo que por falta de ambientes culturais é que não podemos reclamar!... porém... nos dois primeiros raramente vemos peças locais, o Teatro de Arena está praticamente abandonado (o que eu acho um crime!), e a maioria da população (e inclusive a classe artística) desconhece grande parte dos nossos espaços destinados a arte e a cultura!
Além disso falta informação! De todos os tipos! Falta, muitas vezes, divulgação dos eventos e espaços... falta informações sobre leis de incentivo que possam beneficiar o trabalho dos grupos locais... mas falta, principalmente, MOBILIZAÇÃO! Com a iniciativa de alguns grupos a situação da cultura em Ribeirão Preto vem sim melhorando, e muito! Mas somos TODOS responsáveis, e enquanto essa mobilização maior.. de toda a classe artística, sem distinção de área (seja atores, músicos, bailarinos, artistas plásticos, etc) não acontecer... enquanto nós mesmos não valorizarmos a nossa arte... acho muito dificil uma mudança realmente significativa!
Não podemos exigir uma valorização da arte e da cultura na nossa cidade, seja da população ou da prefeitura, se nós mesmos, enquanto artistas, não valorizarmos o nosso trabalho! A mudança vem de dentro prá fora! É óbvio que fazemos arte para a sociedade... óbvio também que a arte contribui (ou deveria contribuir!) muito com o governo, na medida que é ela, a arte, formadora de opinião, caráter e grande aliada da educação. E é claro também que é dever da população e do governo investir em cultura para que essa contribuição possa acontecer... mas somos nós que primeiramente devemos mudar nossa visão para podermos exigir isso das outras pessoas.

E que essa formação artística na faculdade nos sirva também para refletirmos um pouco mais sobre isso.. nos mobilizar artisticamente... para podermos contribuir com a arte existente em nós mesmos, na faculdade, na cidade... e além!


Feliz Dia (atrazado!) Mundial do Teatro.. a nós... fazedores de arte dessa cidade!

Evoé!!

terça-feira, 23 de março de 2010

Teatro X Educação Artística


Todas as terças e quintas nós dividimos a sala (as aulas, as conversas paralelas, as risadas, e tudo mais...) com o 1º ano de Educação Artística. Eu, particularmente, consigo definir dois momentos engraçados desse convívio entre artistas cênicos e artistas plásticos... o primeiro foi o início das aulas... eu ficava observando a cara de cada um com a nossa chegada (pouco discreta, eu diria!), e existiam dois tipos bem destacáveis.. os "amedrontados" e os "anf"... de um lado a turma do Teatro falando... falando... falando... falando.. rs.. e.. do outro, o pessoal da Educação Artística.. mudos e estáticos (e, bem possivelmente, pensando: gente doida, gente doida!). Mas..... o tempo passa... o tempo voa... e nada fica como está! E é aí que começa o segundo momento engraçado que observei: "a má influência"!rs Modo de dizer, é claro, pois nem foi tão má assim... e nem tão influenciáveis são o pessoal da Educa... mas de uns tempos para cá a sala toda vem ganhando mais vozes! Sim sim.. vozes dos artistas cênicos misturadas as vozes dos artistas plásticos... e se assim continuar... logo mais terei de mudar o título desse post .... de "Teatro X Educação Artística" para "Teatro + Educação Artística"....

E se querem saber, acho até bom... porque somos sim duas turmas bem distintas... mas no fundo (talvez bem lá no fundo!), todo mundo se encontra em um mesmo lugar (além da sala de aula e dos corredores da Barão)... nas artes.. sejam elas plásticas ou cênicas... seja a arte quieta ou falante.. estática ou gesticulosa...

...afinal...

"De ator, médico e louco... todo mundo tem um pouco!"

Evohé!

quinta-feira, 18 de março de 2010

.Dedicação. Disciplina. Constância.


Recebi o texto abaixo de um amigo (também ator, e já formado), assim que ele soube da minha entrada na faculdade. Achei coerente compartilhá-lo aqui com vocês, futuros aspirantes à profissão! Acho que o texto fala de três condições básicas para um caminho produtivo no nosso curso e na nossa profissão (durante toda a vida!)... dedicação, disciplina e constância!
Segue o texto:
"Perca-se nos estudos.
Perca-se em meio aos livros da biblioteca.
Perca-se treinando muito.
É necessário que sejamos muito bons.
Bons mesmo!
De verdade!!
Estude muito e treine muito.
Exercícios de expressão corporal. Técnicas vocais. Processos de construção de personagem (além de Stanislavski).
Dedique-se muito, mas muito mesmo, aos treinos.
O máximo que você treinar ainda será pouco.
Aprenda inglês. Aprenda um instrumento musical.
É preciso ser mestre na arte de interpretar para poder viver disto.
Busque e alcançará.
É preciso plantar, cuidar e esperar para colher. Isso é básico e eterno.
É preciso esforço e dedicação.
Seriedade e compromisso.
Sacrifício e doação.
O prêmio vem no final.
A recompensa vem depois.
Força e coragem para CONSTRUIR a sua felicidade!"
(e.a.s)
Para concluir, deixo também as palavras de uma professora (grande mestra!) que dizem o seguinte:
"Amar o teatro é bonito! Mas é fácil! A vida gosta de quem encara as coisas difíceis... amar o teatro é muito fácil, o difícil é dedicar a ele o seu suor, o seu dia-a-dia, o seu fim de semana, a sua cerveja gelada, a sua vida!" (D.Z)
Coragem para encararmos o curso e a profissão que escolhemos!
Vambora!!!!
Evohé!

segunda-feira, 15 de março de 2010

.Tenta aí...

"A gata branca capenga que gostava de pegar camundongos na copa da casa de campo do conde Guatinguetacal corre atrás da bola branca que rebola e bate no peito do papagaio que grita e depois no bico do galo pardo que bebe água no balde da bica do quintal e também no papo do pato pintado que dê bicadas na pata do pacato boi preto que pasta no gramado."

Vamos lá hein... em uma única respiração... e sem confundir Guatinguetacal com Guaratinguetá!!!


Haja fôlego!!!!rs

sexta-feira, 12 de março de 2010

.Rapidinha...

Não!!! Não é isso que vocês estão pensando (porque é óbvio que vocês pensaram 'naquilo' não é!? Confessa... eu sei!!!). Bem, mal o blog foi inaugurado e já falta-me tempo para escrever aqui!
Mas para não ficar desatualizado, venho colocar umas meias palavrinhas (escreve assim mesmo.. eu acho!rs) sobre essa nossa sexta-feira, sempre agitada e dolorosa!
Depois de um violãosinho no pátio da faculdade... uma aula de interpretação muito bem dada!
Dói! Dói sim!! E quem disse que iria ser diferente... fazer teatro dói! Dói física e emocionalmente... dói socialmente também.. financeiramente... dói! Mas a gente gosta! No fundo somos todos meio sadomasoquistas... tentando tirar prazer da dor... criando através do sofrimento... gozando dessa criação!
"... mãos que se tocam... olhos que se olham... "

E seguimos assim... nesse sofrimento prazeroso em busca do nosso fazer teatral... individual e coletivamente.... porque dói sim.. mas a gente... a gente ADORA!

Evohé!

quarta-feira, 10 de março de 2010

.Abrindo as portas do porão...


Fica assim inaugurado o blog da _ turma de Teatro do Centro Universitário Barão de Mauá!
Aqui vai ter um pouco das aulas, das nossas experiências enquanto atores-aprendizes, das vivências, peças teatrais, dicas de cursos ligados ao teatro, oportunidades de trabalho, eventos da faculdade... fofocas e bafões... piadas internas... peripécias desimportantes... assuntos pertinentes... ou não!... umas fotinhas para colorir o ambiente... e as estorietas que acontecem, todas as noites, quando se desce as escadas azuis e passa-se a desbravar o porão!



"...fica estabelecida a possibilidade de sonhar, sonhar coisas impossíveis, e caminhar livremente em direção aos sonhos..."
(Luciano Luppi)